segunda-feira, 25 de abril de 2011

Renda

Brincando de fazer rondó


Depois do telefonema, ela pegou a tesoura e retalhou o vestido de renda, tão bonito, que tinha guardado para a data. Nunca mais iria procurá-lo.

Ele ligou, e disse para ela que não iria continuar. “Sinto muito, mas não dá mais.” Depois do telefonema, ela pegou a tesoura e retalhou o vestido de renda branca, tão bonito, que tinha guardado para a data. Ela própria o tinha costurado, com requinte e cuidado, e agora ela o destruiu. Nunca mais iria procurá-lo, nem que o desgraçado implorasse.

Ela estava esperando ele chegar. O telefone tocou. Ele ligou decidido, e disse para ela que não iria continuar. “Sinto muito, mas não dá mais. Vê se me entende, preciso voltar para a minha terra.” Depois do telefonema, ela pegou a tesoura e retalhou o vestido de renda branca, tão bonito, que tinha guardado para a data em que ele viesse para ficar. Ela própria o tinha costurado, com requinte e cuidado, e agora ela o destruiu. Nunca mais iria procurá-lo, nem que o desgraçado implorasse de joelhos por ela.

Ela estava esperando ele chegar. Estava atrasado. O telefone tocou. Ele ligou decidido, e disse para ela que não iria continuar. “Sinto muito, mas não dá mais. Vê se me entende, preciso voltar para a minha terra, cuidar da mulher e dos filhos.” Ela quis vociferar palavrões para o infeliz, mas ele desligou. Depois do telefonema, ela pegou a tesoura e retalhou o vestido de renda branca, tão bonito, que tinha guardado para a data em que ele viesse para ficar. Ela própria o tinha costurado, com requinte e cuidado, e agora ela o destruiu. “Ele que morra!” – ela gritou. Nunca mais iria procurá-lo, nem que o desgraçado implorasse de joelhos por ela, chorando, gritando seu nome.

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