terça-feira, 15 de novembro de 2011

Excertos

As palavras exatas para hoje... todas já foram escritas, e bastou a mim transcrevê-las... deleitem-se, como eu me deleitei, relendo.

“Não existem declarações de amor com sinceridade absoluta. Muito menos elogios, jantares, casamentos e literatura. Jamais houve um só verão que tenha sido vivido com franqueza. A própria imaginação do tempo embaralha as lembranças com o que não aconteceu, para que nossa própria existência entre para o álbum de família como mais interessante. Mentem com veracidade os que escrevem diários (…) E todos salvam heroicamente as existências pessoais e alheias da completa mediocridade.”

Papel Manteiga para embrulhar segredos – Cartas Culinárias, Cristiane Lisbôa (p. 57)


“ 'Não, Pablo, não' – supliquei-o beijando na face, muito perto da boca. 'Eu vou ser Cora para você, somente para você.' (…) Ainda lhe acariciei um pouco o cabelo, arrumei as cobertas esperando que me dissesse alguma coisa, mas ele estava muito longe e senti que se eu ficasse o faria sofrer mais.”

Todos os fogos o fogo, Julio Cortázar (p. 90)

Todos abaixo em Um Dia, David Nicholls:

Trinta e poucos anos
Às vezes você percebe quando os seus grandes momentos estão acontecendo, às vezes eles surgem do passado. Talvez seja a mesma coisa com as pessoas.” James Salter, Burning the Days (p. 209)

"– Estou falando sério, se você se aproveitar de mim ou me decepcionar ou me enganar pelas costas, eu mato você. Juro por Deus, eu devoro o seu coração.
– Eu não vou fazer isso, Em.
– Não?
– Juro que não.
Emma franziu o cenho, meneou a cabeça e abraçou-o mais uma vez, apoiando a cabeça no ombro dele, soltando um grunhido quase raivoso.
– O que foi? – ele perguntou.
– Nada. Ah, nada. É que... – Olhou para ele. – Eu achei que finalmente tinha me livrado de você.
– Acho que você não vai conseguir fazer isso – respondeu Dexter." (p. 332)

Trinta e tantos anos
“Eles falavam muito pouco do que sentiam um pelo outro: não havia necessidade de frases bonitas e pequenas atenções entre amigos tão experientes.”
Thomas Hardy, Far From the Madding Crowd (p. 333)



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