domingo, 2 de outubro de 2011

Prisma


Nunca a expressão "é um filme para ser visto" fez tanto sentido para mim. A Árvore da Vida é um filme para ser visto, sobretudo. Terrence Malick faz uso de imagens deslumbrantes para, como um prisma, decompor e defender suas opiniões: para ele, Deus existe, e a vida, em todas as suas formas, é a prova disso. Vida, em constante fluxo de permanente mudança, é a prova da Divina existência.

Ainda assim, sua visão de Deus é muito particular. Nada de acreditar que nós, seres humanos, somos superiores aos demais seres viventes na terra. Nada disso. Nós somos, no máximo, tanto quanto. Tanto quanto as árvores, os insetos, tanto quanto a água, a luz e o magma, tanto quanto a areia no deserto e os ventos que nela criam desenhos.

A questão não passa por ser merecedor do que lhe ocorre – seja o fato bom ou mau. No fim das contas, não importa se você escolheu o que ele pontuou como o caminho da graça ou o caminho da natureza. A questão é entender que graça e natureza se complementam – e que elas irão atuar em sua vida a todo tempo, o tempo todo.

E o que resta, afinal, para nós, humanos? Qual o sentido de tudo? Em meio a imagens grandiosas da vida e silêncios eloqüentes, salta uma fala, fervorosa e contundente: "a menos que você ame, sua vida passará rapidamente".


Um comentário:

  1. Há críticas ao filme que pontuam que, no filme, T. Malick questiona a existência de Deus – não vou entrar agora em uma discussão sobre se Deus existe ou não, não é este o objetivo, definitivamente. As conclusões a que cheguei assistindo a este belíssimo filme foram as escritas no post, e eu as mantenho. Entendo que permitir diferentes leituras só demonstra o vigor desta história, e da forma como ela foi contada.

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