Nunca
a expressão "é um filme para ser visto" fez tanto sentido
para mim. A Árvore da Vida é um filme para ser visto,
sobretudo. Terrence Malick faz uso de imagens deslumbrantes para,
como um prisma, decompor e defender suas opiniões: para ele, Deus
existe, e a vida, em todas as suas formas, é a prova disso. Vida, em
constante fluxo de permanente mudança, é a prova da Divina
existência.
Ainda assim, sua
visão de Deus é muito particular. Nada de acreditar que nós, seres
humanos, somos superiores aos demais seres viventes na terra. Nada
disso. Nós somos, no máximo, tanto quanto. Tanto quanto as árvores,
os insetos, tanto quanto a água, a luz e o magma, tanto quanto a
areia no deserto e os ventos que nela criam desenhos.
A questão não
passa por ser merecedor do que lhe ocorre – seja o fato bom ou mau.
No fim das contas, não importa se você escolheu o que ele pontuou
como o caminho da graça ou o caminho da natureza. A questão é
entender que graça e natureza se complementam – e que elas irão
atuar em sua vida a todo tempo, o tempo todo.
E o que resta,
afinal, para nós, humanos? Qual o sentido de tudo? Em meio a imagens
grandiosas da vida e silêncios eloqüentes, salta uma fala,
fervorosa e contundente: "a menos que você ame, sua vida
passará rapidamente".
Há críticas ao filme que pontuam que, no filme, T. Malick questiona a existência de Deus – não vou entrar agora em uma discussão sobre se Deus existe ou não, não é este o objetivo, definitivamente. As conclusões a que cheguei assistindo a este belíssimo filme foram as escritas no post, e eu as mantenho. Entendo que permitir diferentes leituras só demonstra o vigor desta história, e da forma como ela foi contada.
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