quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lágrimas

Ela estava sentada em um banco, nos jardins da Santa Casa, no fim da tarde. A luz do sol banhava seus cabelos, e sua face, fazendo brilhar as lágrimas que rolavam.

Por que ela chorava? Eu não tive coragem de me aproximar mais e lhe perguntar. Aquela cena era insolitamente triste, e bela. Aquela mulher, com o vestido florido largo anunciando sua gravidez, chorava copiosamente. Pela doença de alguém? Por que ela tinha perdido alguém? O que lhe teria acontecido?

Em silêncio, retardei meu passo, desejando poder consolá-la. Então a vida, que, a cada dia, me encanta, de novo me ensinou que nós, adultos, às vezes perdemos a sabedoria, ao crescer. Uma pequena garota que passava, de mãos dadas com uma mulher - sua mãe? - soltou sua mão, correu em direção à mulher que chorava, e pousou sua pequenina mão sobre o colo daquela mulher.

Choramos todas nós, àquela hora. Eu, a mãe daquela criança, e a mulher no banco, que, agora, também sorria. Nesse instante, lembrei da Letícia, minha querida, que, dias desses, me disse: "Calma, tia! O seu choro também vai passar."

Que as lágrimas venham, e passem. Eu vou ficar calma, e esperar. Eu vou lembrar da criança que vi hoje, e do que a sábia Letícia, do alto dos seus 8 anos, me disse.

"Será que temos esse tempo, pra perder?
... A vida é tão rara..."

Lenine, Paciência.


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