"São as imperfeições que nos tornam únicos, que nos tornam humanos" - é o que ouve Andrew, personagem de Robin Williams, no filme O Homem Bicentenário, quando encontra Oliver Platt, o cientista que o ajudará a finalmente tornar-se humano.
São as minhas (muitas, diga-se de passagem) imperfeições que me tornam única. Algumas, para minha (não mais íntima) alegria são atávicas. Acho que é essa a razão pela qual eu e minha avó brigávamos tanto. Tive a honra de conviver por muito tempo com uma mulher mais que especial, que moldou meu caráter e, ainda que ela não tenha querido (será que não?), me ensinou a ser, sim, muito brava, a lutar por tudo o que vale a pena, a esbravejar se for preciso, em nome daquilo que acredito. Talvez já tenha escrito isso em algum momento, mas o fato é que briguei com e pela minha avó em muitos momentos, até o fim da vida dela. E não me arrependo disso, não mesmo. Toda vez que olhava dentro dos olhos dela (castanho-esverdeados, que eu também herdei, que coisa boa!) sabia que estava fazendo a coisa certa.
São os seus defeitos que o tornam quem você é, que o tornam único. Repare bem: eu, você, todos ao nosso redor... todos temos nossas imperfeições. Compreender suas origens pode ser enriquecedor... será que algo que você carrega é um traço de caráter do seu avô, de uma tia, ou de seu pai? Saber o que se pode tolerar, em si mesmo e no outro, e o que não se aceita, é a questão que se impõe. Conviver (consigo mesmo e com o outro) pede a prática da tolerância, continuamente.
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