quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sinos

Os sinos badalaram ao meio do dia, no meio da metrópole movimentada, apressada para o almoço, carregando nas mãos casacos e celulares. Mãos e pés e mandíbulas apressadas, ouvidos ocupados igualmente apressados, certamente ignoraram. Mas os sinos continuaram a badalar.

Sob a sombra de uma árvore próxima, a senhora com roupas puídas e um velho terço nas mãos ouviu os sinos atenta. E rezava, mesmo antes de entrar na igreja. Sem pressa. Os lábios murchos, as mãos enrugadas, o olhar na igreja. Os passos lentos. Sem pressa, ela pedia pelas almas dos vivos, e também dos mortos.

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