segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Mergulho


Ou sonho. Ou reconhecimento.
As exatas palavras para domingo, 13 de novembro.

O silêncio do dia a fez mergulhar em si mesma. Quando deu por si, navegava dentro da própria casa – que não era, senão, a própria vida. Casa pequena, aconchegante, na sala um sofá bom para esparramar. Música suave. Plantas e cores por todo o lado. A cozinha recendendo sabores, aromas, amores. A casa plana, o quintal pequeno, as árvores, uma bicicleta na garagem. A casa do irmão, perto dali. Flores e árvores pelas ruas. O dia com a luz da hora que mais gostava: o crepúsculo. O dia bondoso e comprido – em suas horas cabiam o trabalho, o café, a livraria ou a piscina, o jantar.

Nunca demorou-se tanto em um mergulho... mas quando dele acordou, sabia – de novo – o que fazer. A vida – uma vez mais – a acolhia, e lhe mostrava qual caminho seguir.

"Há um vilarejo ali
onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
vê o horizonte deitar no chão"

Versos do lindo Vilarejo, Marisa Monte.

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