domingo, 20 de novembro de 2011

Clarice

As exatas palavras para sábado, 19 de novembro de 2011, por Clarice Lispector.
Porque "eu mesma não posso".


"Ouve-me, ouve meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Quando digo "águas abundantes" estou falando da força de corpos nas água do mundo. Capta essa outra coisa que na verdade falo porque eu mesma não posso. Lê a energia que está no meu silêncio." in Água Viva.


"Tudo o que poderia existir, já existe. Nada mais pode ser criado senão revelado." in Perto do Coração Selvagem.


"Há muita coisa a dizer que não sei como dizer. Faltam as palavras. Mas recuso-me a inventar novas: as que existem já devem dizer o que se consegue dizer e o que é proibido. E o que é proibido eu adivinho. Se houver força. Atrás do pensamento não há palavras: é-se. (...) Nesse terreno do é-se sou puro êxtase cristalino. É-se. Sou-me. Tu te és." in Água Viva.


"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata." in A paixão segundo G. H.

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