quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Ironia
Não acreditava na sorte – fosse ela boa ou má.
Naquele dia, entretanto, fosse porque ele pediu café e lhe entregaram um capuccino... fosse porque choveu uma tempestade como há muito não se via... fosse porque tudo já estava, no fim das contas, fora do lugar... ele resolveu tentar.
Ligou para o número indicado. Fez o pedido seguindo as instruções. Pediram que aguardasse cerca de 40 minutos. Nunca o escoar dos grãos de areia lhe pareceu tão devagar.
No tempo indicado, entregaram-lhe sua encomenda. Ele, que jamais teria alterado a ordem das coisas, foi direto ao final: abriu ávido a embalagem, e quebrou o biscoito da sorte. Sorte ou azar, ele jamais saberia: naquele dia, o papel veio em branco.
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