terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Brinquedo


A segunda palavra exata deste dia.

O amor é um brinquedo. E os brinquedos só existem para um propósito: dar alegria. Se não dá alegria, se não dá prazer, não é um brinquedo. Logo, não é amor.

O amor é um brinquedo, e é um brinquedo simples. É caminhãozinho de madeira. Amor é boneca de pano, com vestido colorido e cabelos de lã trançada. Amor não é um jogo, não é parafernália eletrônica. Não se presta para melhorar a performance, não é para ver quem é o melhor, quem vai ganhar e quem vai perder. Amor não é brinquedo para competir. Amor é gangorra. Amor é balanço no parque – você me empurra, eu vou voar... vou para as nuvens, vou sentir o vento nos meus cabelos – sensação bendita, graciosa, que amo... depois a gente troca, eu vou te empurrar, olha! Você vai ver tudo do alto! Olha as copas das árvores... Ei! Estende as mãos e pega um punhado dessa nuvem! Faz um algodão doce com ela... Chama, será que algum anjo vai te ouvir?

Amor é brinquedo que às vezes a gente brinca sozinho... pois que nem sempre há com quem compartilhar. Nessas horas a gente brinca sozinho mesmo, porque viver sem brincar é triste demais. Mas aí, de repente, você está lá, no parque... e a vida engraça, e a gente encontra com quem brincar...

Hoje, como tantas outras vezes, eu pensei no Rubem Alves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário