A segunda
palavra exata deste dia.
O amor é um brinquedo. E
os brinquedos só existem para um propósito: dar alegria. Se não dá
alegria, se não dá prazer, não é um brinquedo. Logo, não é
amor.
O
amor é um brinquedo, e é um brinquedo simples. É caminhãozinho de
madeira. Amor é boneca de pano, com vestido colorido e cabelos de lã
trançada. Amor não é um jogo, não é parafernália eletrônica.
Não se presta para melhorar a performance, não é para ver quem é
o melhor, quem vai ganhar e quem vai perder. Amor não é brinquedo
para competir. Amor é gangorra. Amor é balanço no parque – você
me empurra, eu vou voar... vou para as nuvens, vou sentir o vento nos
meus cabelos – sensação bendita, graciosa, que amo... depois a
gente troca, eu vou te empurrar, olha! Você vai ver tudo do alto!
Olha as copas das árvores... Ei! Estende as mãos e pega um punhado
dessa nuvem! Faz um algodão doce com ela... Chama, será que algum
anjo vai te ouvir?
Amor
é brinquedo que às vezes a gente brinca sozinho... pois que nem
sempre há com quem compartilhar. Nessas horas a gente brinca sozinho
mesmo, porque viver sem brincar é triste demais. Mas aí, de
repente, você está lá, no parque... e a vida engraça, e a gente
encontra com quem brincar...
Hoje,
como tantas outras vezes, eu pensei no Rubem Alves.
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