Ontem, ao escrever o “Paixão”, precisei burilar o pensamento, e recortar uma série de imagens que vieram, aos borbotões, junto com as lembranças dos livros e seus encantamentos. Não que as demais lembranças fossem menos importantes, não que não fossem igualmente – ou até mesmo mais – significativas. Mas foi preciso burilar, para que a escrita ficasse aprazível, para que eu não perdesse o foco, para que o conjunto fizesse sentido.
Pensei – e senti – hoje que devemos, na vida, tentar fazer algo semelhante. Precisamos burilar a própria vida, para que ela faça sentido. É preciso olhar o todo, e abarcá-lo – mas é preciso, tanto quanto, requintar alguns pontos, alguns momentos, algumas lembranças. Porque são esses pontos que darão um sentido maior ao todo, é esse burilar requintado e cuidadoso que vai enriquecer o todo, o amplo.
Que lindo, Fá! Andava pensando nisso mesmo, mas jamais conseguiria colocar tão belamente em palavras... Obrigada!!!
ResponderExcluirTão bom quando a gente escreve e faz sentido não só para nós... obrigada, querida!
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