Quando você tem a exata noção de que está só – de que somos sós...
Não importam os amigos. Não importa a família. Não importa o seu trabalho. Não sei se – e quanto, se este for o caso – importam as suas escolhas.
Sei que não quero me embriagar. Não quero me entorpecer. E não falo desta ou daquela substância que me alteraria a consciência. Falo das ações que nos afastam da dor que esta consciência possa provocar – a de saber-se só.
Não posso – e não vou – embarcar na auto-comiseração. Não posso – e não vou – obliterar a minha visão de mundo com as verdades absolutas propostas pela prática religiosa fanática. Não posso – e não vou – mergulhar no trabalho a tal ponto de não ter tempo para viver as demais áreas – as fundamentais áreas – da minha vida. Não posso – e não vou – fazer de uma relação um ancoradouro da minha existência.
Obstante tudo isso... olho para todas as coisas... olho para todas as pessoas... olho para mim mesma... e vejo a efemeridade em tudo.
Tendo consciência de mim mesma, de tudo e todos que cercam...
Tendo consciência da minha solitude, da minha finitude, de meus desejos e escolhas... uma só coisa, afinal, me parece acertada: colocar meu coração, minha chama, minha anima... no viver.
Só isto. E isto já é o bastante.
um dia você se percebe acostumada com isso, com essa solitude, e passa a sentir-se estranha no mundo. e daí tudo volta a seu posto, mas com outros significados, com uma nova luz. acho que é parte do descobrir a vida e descobrir nosso lugar nesse pálido ponto azul.
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